História

   No início da década de 60, em Porto Alegre havia uma grande pastoral da juventude. Era o período forte da Ação Católica. Esta Ação Católica contemplava todos os segmentos da juventude. Assim existia a JAC (Juventude Agrária Católica), a JEC (Juventude Estudantil Católica), a JOC (Juventude Operária Católica) e a JUC (Juventude Universitária Católica).

   Veio a Revolução de 1964, muitos líderes da Ação Católica se manifestaram contra os ideais daquele movimento revolucionário e foram enquadrados como “perigosos” para o momento político que então se vivia.

   Os grupos JEC e JUC foram acabando, lamentavelmente. Tinham formado grandes lideranças e preparado bons católicos. Criou-se um momento triste para a Igreja: Os jovens simplesmente sumiram.

   Na Igreja São Pedro, havia um grupo de 60 crismandos. Era uma esperança para a Igreja. Em maio daquele ano de 1973, Pe Zeno junto com a Irmã Jocélia e com algumas jovens do Emaús, começou a preparar um “retiro de crismandos”. Foram colocadas algumas técnicas do Emaús, com músicas próprias, com monitores de grupo e a participação de um casal.

   Nos dias 14 e 15 de julho daquele ano de 1973, com 19 jovens, 8 monitores, o Pe. Zeno, a Irmã Jocélia e um casal, se dirigiram a Medianeira para o “Retiro de Crismandos”.

   Como você chamaria esse Retiro? Entre muitas sugestões apareceu uma: CLJ - Curso de Liderança Juvenil. Posto no quadro, junto com outras sugestões, foi feita a votação. Não deu outra. Os jovens queriam logo fazer um segundo “retiro” destes, para os colegas da crisma que não tinham apostado no primeiro.

   Após várias e demoradas reuniões, veio a data esperada. Quando encostou o ônibus, lá nos fundos da Igreja São Pedro, parecia início de uma revolução. Gente de todos os lados. Lá estavam os 55 jovens inscritos, com seus pais, familiares e um número incalculável de curiosos.

   O nosso querido Cardeal Dom Vicente Scherer ficou um pouco assustado. Já tinha ouvido falar nos “abraços e beijos”, coisa nova na Igreja de Porto Alegre. Mas, no final ele disse: “Pe. Zeno, continue com a minha bênção. Se este movimento vem de Deus, vai progredir e dele surgirão vocações para o sacerdócio e a vida religiosa; se não vem de Deus, em pouco tempo vamos acabar com isso antes que seja tarde”.

   Após uma reunião com Dom Antônio, o CLJ foi reconhecido como “Movimento Arquidiocesano”, aberto para as paróquias que o quisessem implantar. Assim, o CLJ foi se firmando como “momento”, enquanto curso de apenas três dias, e como “movimento”, enquanto grupo fixo e estável que vai trabalhando como pastoral de jovens, onde sempre estava muito presente a grande frase de Paulo VI: “É preciso que o jovem seja apóstolo de jovens”. Em pouco tempo, o CLJ foi se espalhando pelas Paróquias de Porto Alegre, depois foi para as dioceses do interior e hoje está espalhado por grande parte do Rio Grande do Sul e já recebendo pedidos para implantar em outros Estados.

   O certo é que o CLJ até hoje só nos deu alegrias e está implantado como uma grande esperança para a Igreja. É claro que há Padres e Bispos mais empolgados e outros menos empolgados com o CLJ, mas uma coisa é certa: “Nas paróquias onde está o CLJ lá atuam jovens e mais jovens”.

    O Curso de Liderança Juvenil (CLJ) é um movimento querigmático - de iniciação - da Igreja Católica. Constituído de jovens, principalmente de 14 a 17 anos, e adultos. O movimento tem como objetivo ser sinal evangelizador na sociedade, nas famílias, nos locais de trabalho, de estudo, ou seja, um sinal que faça a diferença no mundo!

    Basicamente o CLJ divide-se em CLJ Momento e CLJ Movimento. O CLJ Momento se dá pelo curso de 3 dias cujas atividades só podem ser conhecidas pela vivência do curso. O CLJ Movimento se constitui na preparação para o CLJ Momento (Pré-CLJ) e na continuação da vida em comunidade, perseverança cristã e eclesial (Pós-CLJ). O Pré-CLJ tem duração aproximada de 4 meses. O Pós-CLJ fica ativo durante o ano inteiro compreendendo diversas atividades como momentos de oração, animação, adoração ao Santíssimo, descontração, estudo, passeios e retiros. Para organização e estruturação, o movimento paroquial divide-se em organismos e departamentos, entre eles: Pequeno Secretariado Paroquial, Monitoria de Pós, Monitoria de Pré, Monitoria de Pós II, Promoções Humanas, Cultural, Bem Estar, Litúrgico e Folclore.

    A organização do movimento paroquial é coordenada pelo Pequeno Secretariado Paroquial (PSP) que é constituído por um diretor espiritual (pároco), tios e jovens. O diretor espiritual é o último responsável pelo movimento tendo sempre poder de veto. Os tios são casais de preferência com filhos adolescentes que não atuam diretamente no conteúdo das atividades. Suas funções: compreender, aconselhar e orientar os jovens na construção das mesmas. Compete, ainda, aos tios a responsabilidade dos jovens menores de idade, bem como cuidados quanto ao bem estar, atenção e carinho, quando os pais não estiverem por perto. Os jovens do movimento paroquial são responsáveis pelo grupo como um todo, pela agenda do movimento, pela supervisão das atividades dos departamentos e da coordenação de eventos promovidos pelo CLJ paroquial.