segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Papa Francisco consagra o mundo a Beata Virgem Maria!


Reunimo-nos aqui, neste encontro do Ano da Fé dedicado a Maria, Mãe de Cristo e da Igreja, nossa Mãe. A sua imagem, vinda de Fátima, ajuda-nos a sentir a sua presença no meio de nós. Maria leva-nos sempre a Jesus. É uma mulher de fé, uma verdadeira crente. Como foi a fé de Maria?
1. O primeiro elemento da sua fé é este: a fé de Maria desata o nó do pecado (cf. LG, 56). Que significa isto? Os Padres conciliares retomaram uma expressão de Santo Ireneu, que diz: «O nó da desobediência de Eva foi desatado pela obediência de Maria; aquilo que a virgem Eva atara com a sua incredulidade, desatou-o a virgem Maria com a sua fé» (Adv. Haer. III, 22, 4).
O «nó» da desobediência, o "nó" da incredulidade. Poderíamos dizer, quando uma criança desobedece à mãe ou ao pai, que se forma um pequeno «nó». Isto sucede, se a criança se dá conta do faz, especialmente se há pelo meio uma mentira; naquele momento, não se fia da mãe e do pai. Isto acontece tantas vezes! Então a relação com os pais precisa de ser limpa desta falta e, de facto, pede-se desculpa para que haja de novo harmonia e confiança. Algo parecido acontece no nosso relacionamento com Deus. Quando não O escutamos, não seguimos a sua vontade e realizamos acções concretas em que demonstramos falta de confiança n’Ele – isto é o pecado –, forma-se uma espécie de nó dentro de nós. Estes nós tiram-nos a paz e a serenidade. São perigosos, porque de vários nós pode resultar um emaranhado, que se vai tornando cada vez mais penoso e difícil de desatar.Mas, para a misericórdia de Deus, nada é impossível! Mesmo os nós mais complicados desatam-se com a sua graça. E Maria, que, com o seu «sim», abriu a porta a Deus para desatar o nó da desobediência antiga, é a mãe que, com paciência e ternura, nos leva a Deus, para que Ele desate os nós da nossa alma com a sua misericórdia de Pai. Poderíamos interrogar-nos: Quais são os nós que existem na minha vida? Para mudar, peço a Maria que me ajude a ter confiança na misericórdia de Deus?
2. Segundo elemento: a fé de Maria dá carne humana a Jesus. Diz o Concílio: «Acreditando e obedecendo, gerou na terra, sem ter conhecido varão, por obra e graça do Espírito Santo, o Filho do eterno Pai» (LG, 63). Este é um ponto em que os Padres da Igreja insistiram muito: Maria primeiro concebeu Jesus na fé e, depois, na carne, quando disse «sim» ao anúncio que Deus lhe dirigiu através do Anjo. Que significa isto? Significa que Deus não quis fazer-Se homem, ignorando a nossa liberdade, quis passar através do livre consentimento de Maria, do seu «sim».
Entretanto aquilo que aconteceu de uma forma única na Virgem Mãe, sucede a nível espiritual também em nós, quando acolhemos a Palavra de Deus com um coração bom e sincero, e a pomos em prática. É como se Deus tomasse carne em nós: Ele vem habitar em nós, porque faz morada naqueles que O amam e observam a sua palavra.Perguntemo-nos: Estamos nós conscientes disto? Ou pensamos que a encarnação de Jesus é um facto apenas do passado, que não nos toca pessoalmente? Crer em Jesus significa oferecer-Lhe a nossa carne, com a humildade e a coragem de Maria, para que Ele possa continuar a habitar no meio dos homens; significa oferecer-Lhe as nossas mãos, para acariciar os pequeninos e os pobres; os nossos pés, para ir ao encontro dos irmãos; os nossos braços, para sustentar quem é fraco e trabalhar na vinha do Senhor; a nossa mente, para pensar e fazer projectos à luz do Evangelho; e sobretudo o nosso coração, para amar e tomar decisões de acordo com a vontade de Deus. Tudo isto acontece graças à acção do Espírito Santo. Deixemo-nos guiar por Ele!
3. O último elemento é a fé de Maria como caminho: o Concílio afirma que Maria «avançou pelo caminho da fé» (LG, 58). Por isso, Ela nos precede neste caminho, nos acompanha e sustenta.
Em que sentido a fé de Maria foi um caminho? No sentido de que toda a sua vida foi seguir o seu Filho: Ele é a estrada, Ele é o caminho! Progredir na fé, avançar nesta peregrinação espiritual que é a fé, não é senão seguir a Jesus; ouvi-Lo e deixar-se guiar pelas suas palavras; ver como Ele se comporta e pôr os pés nas suas pegadas, ter os próprios sentimentos e atitudes d’Ele: humildade, misericórdia, solidariedade, mas também firme repulsa da hipocrisia, do fingimento, da idolatria. O caminho de Jesus é o do amor fiel até ao fim, até ao sacrifício da vida: é o caminho da cruz. Por isso, o caminho da fé passa através da cruz, e Maria compreendeu-o desde o princípio, quando Herodes queria matar Jesus recém-nascido. Mas, depois, esta cruz tornou-se mais profunda, quando Jesus foi rejeitado: então a fé de Maria enfrentou a incompreensão e o desprezo; quando chegou a «hora» de Jesus, a hora da paixão: então a fé de Maria foi a chamazinha na noite. Na noite de Sábado Santo, Maria esteve de vigia. A sua chamazinha, pequena mas clara, esteve acesa até ao alvorecer da Ressurreição; e quando lhe chegou a notícia de que o sepulcro estava vazio, no seu coração alastrou-se a alegria da fé, a fé cristã na morte e ressurreição de Jesus Cristo. Este é o ponto culminante do caminho da fé de Maria e de toda a Igreja. Como está a nossa fé? Temo-la, como Maria, acesa mesmo nos momentos difíceis, de escuridão? Tenho a alegria da fé?
Esta noite, ó Maria, nós Te agradecemos pela tua fé e renovamos a nossa entrega a Ti, Mãe da nossa fé.
Ao final da Santa Missa celebrada na Basílica Vaticana por ocasião da "Jornada Mariana" do Ano da Fé, o Papa Francisco realizou o Ato de Consagração à Beata Virgem Maria de Fátima, recitando a oração que publicamos a seguir:
“Beata Maria Virgem de Fátima,
com renovada gratidão pela tua presença materna
unimos a nossa voz àquela de todas as gerações
que te chamam beata.
Celebramos em ti as grandes obras de Deus,
que jamais se cansa de prostrar-se com misericórdia
sobre a humanidade, afligida pelo mal e ferida pelo pecado,
para curá-la e para salvá-la.
Acolhe com benevolência de Mãe
O ato de consagração que hoje fazemos com confiança,
diante desta tua imagem tão querida a nós.

Estamos certos de que cada um de nós é precioso aos teus olhos
e que nada é a ti estranho de tudo aquilo que habita em nossos corações.
Nos deixamos alcançar pelo teu dulcíssimo olhar
e recebemos o afago consolador do teu sorriso.
Protege a nossa vida entre os teus braços:
abençoa e reforça todo desejo de bem;
reaviva e alimenta a fé;
ampara e ilumina a esperança;
suscita e anima a caridade;
guia todos nós no caminho da santidade.
Ensina-nos o teu mesmo amor de predileção
Pelos pequenos e pelos pobres,
pelos excluídos e os sofredores,
pelos pecadores e os dispersos de coração:
reúne todos sob tua proteção
e os entrega ao teu Filho amado, o Senhor nosso Jesus.
Amém.



domingo, 6 de outubro de 2013

Milagre do Papa João Paulo II na Costa Rica


ROMA, 04 de Outubro de 2013 (Zenit.org) - No próximo dia 27 de abril, uma solene cerimônia elevará o papa João Paulo II aos altares. Menos de uma década depois da morte de João Paulo II e dois anos após a beatificação, termina o processo para a santificação de Karol Wojtyla,acelerado pelo reconhecimento de um milagre que ocorreu no mesmo dia da beatificação, 1º de maio de 2011.
O personagem principal é Floribeth Mora Díaz, da Costa Rica: depois de sofrer um acidente vascular cerebral hemorrágico, os médicos não lhe deram nenhuma esperança de recuperação. A impossibilidade do fechamento de uma artéria localizada em uma região inacessível do seu cérebro a fazia rezar constantemente ao papa polonês.A notícia do milagre causou alvoroço no pequeno país centro-americano, que rapidamente chegou às manchetes internacionais.
Tivemos a alegria de conversar com o pe. Emilio Garreaud, diretor da Rádio Maria e reitor da Universidade João Paulo II na Costa Rica, que conheceu a Sra. Mora Díaz pessoalmente.
Pe. Emilio, você pode nos contar um pouco do seu encontro com Floribeth Mora? 

Pe. Emilio Garreaud: Eu tenho uma relação forte com a pessoa de João Paulo II. É muito importante, para nós, na Costa Rica, este milagre. Floribeth é uma pessoa que vive num povoadinho chamado Dulce Nombre de Jesús.Nós fizemos uma entrevista com ela, para a Rádio Maria, no consistório de segunda-feira passada, dia 30 de setembro. Para mim foi uma coisa maravilhosa estar com ela e vê-la feliz, ela e o marido. É muito interessante, porque ela estava doente, no hospital, e os médicos chegaram a dizer que era melhor morrer em casa.Ela foi levada para casa, para o quarto dela, e todos os dias eram terríveis.Naquela época, justamente, foi celebrada a beatificação de João Paulo II.Floribeth tinha dores de cabeça fortíssimas, mas ela fez um esforço enorme e acompanhou a beatificação pela TV junto com a família.Na cama, ela pediu muito a graça de ser curada pela intercessão do papa. À noite ela adormeceu e foi naquele momento que aconteceu o milagre.Acabaram as dores de cabeça. Na manhã seguinte, ela começou a andar e disse para o marido: "Aconteceu alguma coisa".Ela conseguia andar, falar... era um milagre! O processo completo da cura durou oito meses.No hospital, os médicos a submeteram a uma radiografia e constataram que na cabeça dela não havia mais nenhum vestígio da doença.Cientificamente, era impossível. Este é o milagre de João Paulo II.

Como ela está hoje? 

Pe. Emilio Garreaud: Ela está bem.Eu estive com ela na semana passada, numa escola onde ela deu o seu testemunho. É uma bela história, porque, depois do milagre, ela foi a uma igreja que tinha uma relíquia de João Paulo II e falou com o padre, contou o que tinha acontecido com ela. A história dela foi relatada num site da paróquia, e, três meses depois, o padre recebeu um telefonema do Vaticano. Aí começou o processo confidencial com um comitê de quatro padres, que viajaram até a Costa Rica para entender o que realmente tinha acontecido. Meses depois, foi anunciado ao mundo o milagre.
Para ela, deve ter sido uma experiência muito poderosa, pois fortalece ainda mais a relação que ela já tinha com João Paulo II. 

Pe. Emilio Garreaud: Claro. Eu fico extremamente emocionado, primeiro porque trabalho na paróquia vizinha à do milagre. Segundo, porque é na Costa Rica, que é um país tão pequeno, de quatro milhões e meio de habitantes. Uma excelente ocasião para rezar a Deus por intercessão de João Paulo II por este milagre e uma ocasião igualmente importante para a evangelização da Costa Rica.
Mais uma vez a América Latina é protagonista. Depois da eleição do papa argentino e da Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, temos o milagre de João Paulo II numa mulher da América Central. 

Pe. Emilio Garreaud: A América Latina é metade da Igreja e eu acho que é um sinal muito grande de Deus para nós. Eu acho que é um momento importante de conversão para o nosso continente, o momento de dar testemunho da nossa fé, particularmente da nossa maneira de vivê-la na América Latina. Todas as classificações dizem que a Costa Rica é o país mais feliz do mundo, porque é um país de reconciliação e de paz, que não tem exército. É um país de classe média. Eu acredito que, neste momento, a Costa Rica também seja o único país do mundo que é católico pela constituição, além de ser tremendamente mariano.